A Maldade nos Trastes — A Maldição de Love Gun (KISS, 1977)

Por: Savage em 21 de novembro de 2025

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Em 1977, o KISS vivia um momento quase sobrenatural. A turnê de Love Gun era um espetáculo que ultrapassava qualquer padrão da época: fogo que subia como labaredas de um ritual, explosões milimétricas, plataformas gigantes, luzes pulsantes e guitarras que cuspindo faíscas como serpentes metálicas.

Mas, por trás dessa grandiosidade, começaram a surgir histórias que ninguém da equipe conseguia explicar. Histórias que, décadas depois, ainda fazem veteranos do backstage mudarem de assunto.

A mais famosa envolve Paul Stanley — e uma guitarra que nunca deveria ter ido para a estrada.

A Guitarra Que Sussurrava

Num ensaio em Springfield, antes do show, os técnicos calibravam os amplificadores no palco. Tudo desligado. Nada conectado. E então aconteceu.

Dos amps começou a surgir um som baixo, abafado…
não microfonia, não ruído elétrico, não interferência.

Era uma voz.

Um sussurro arrastado, como se alguém falasse muito perto do microfone — mas em uma língua que ninguém reconhecia.
O som vinha da guitarra quebrada que Paul tinha levado apenas como peça de cenário, um instrumento com o corpo rachado, madeira antiga, marca desconhecida.

Quando questionado, Paul teria apenas dito:

“Isso é só madeira. Só um instrumento. Nada mais.”

Mas ninguém acreditou.

O Show Onde Tudo Deu Errado (e Mesmo Assim Deu Certo)

Naquela noite, quando a banda pisou no palco… o impossível aconteceu.

As luzes falharam exatamente no primeiro passo.
Os painéis apagaram.
Três geradores queimaram ao mesmo tempo — um evento tão improvável que os engenheiros juraram que precisariam ver para crer.

O público, sem saber de nada, enlouqueceu achando que era parte da performance.

O show aconteceu no improviso, com meia iluminação e metade da estrutura. Do jeito mais rock ‘n’ roll possível.

Mas o final… foi o que transformou a história em lenda.

O Estalo Que Nunca Saiu Da Memória

Paul ergueu a guitarra quebrada para a pose final — como fazia todas as noites.

Antes que ele pudesse levantar o braço, a guitarra rachou sozinha, num estalo tão violento que ecoou pelo ginásio inteiro. O público vibrou. A banda olhou confusa. A equipe congelou.

O instrumento se abriu ao meio como madeira velha exposta ao frio.
Mas a guitarra não estava gelada.
Pelo contrário: testemunhas dizem que ela estava quente, como se tivesse “pulsando”.

Depois daquela noite, ninguém mais a viu.

E aí começam os boatos:

que Paul mandou destruir imediatamente;

que ela foi trancada num depósito privado em Los Angeles;

que pertencia a um luthier falecido em circunstâncias estranhas e o mais sinistro;

que a madeira veio de um confessionário abandonado, recuperado de uma igreja fechada anos antes

A teoria das vozes começa aí.

O Silêncio Que Também Assusta

Roadies, técnicos, operadores de luz… todos que estiveram naquela turnê evitam o assunto até hoje. Não dão entrevista sobre o show. Não comentam em convenções de fãs. Não fazem piada em backstage.

Quando alguém insiste, eles respondem sempre a mesma coisa:

“A gente prefere não abrir essa porta.”

No fim, talvez o KISS nunca tenha acreditado de verdade na maldição.

Mas quem estava naquele palco…
quem ouviu…
quem viu a guitarra rachar sem ninguém tocar…

esses nunca esqueceram.