MotorMaids: As Mulheres Que Aceleraram a História do Motociclismo

Por: Savage em 20 de agosto de 2025

mulheres motormaids 1940

Antes de existir hashtag, uniforme personalizado ou rolê de domingo, já havia um grupo de mulheres desafiando tudo e todos em cima de uma moto.
E não era só coragem — era revolução.

Pouca gente sabe, mas o primeiro motoclube oficialmente reconhecido pela American Motorcyclist Association (AMA) não era formado por homens, rebeldes ou veteranos de guerra.
Era formado por elas.
Por mulheres que, em 1940, ousaram fazer o que a sociedade insistia em dizer que não era “para elas”.

MotorMaids — O Motoclube que Rompeu Barreiras

Em 1940, Linda Dugeau decidiu que não ia esperar permissão.
Pilotava, amava motos e queria um espaço onde outras mulheres pudessem viver essa paixão sem medo, sem julgamento e sem ser tratadas como passageiras de garupa.
Com amigas igualmente determinadas, ela fundou o lendário MotorMaids, que se tornaria o primeiro MC feminino reconhecido pela AMA.

Enquanto o mundo insistia em limitar o papel da mulher, o MotorMaids criava uma nova narrativa: mulheres pilotam, lideram, viajam e constroem irmandade.

Estradas Cheias de Coragem — E Preconceito

Pilotar naquela época não era só aventura — era resistência.
As integrantes do MotorMaids enfrentavam preconceito, assédio e olhares atravessados em cada parada, evento ou posto de gasolina.
Não havia equipamentos dedicados, não havia respeito generalizado — mas havia determinação.

Cada quilômetro rodado era uma afirmação:
“Nós pertencemos à estrada.”

E elas pertenciam mesmo.
Participavam de competições, encontros, trilhas e longas viagens, deixando claro que o motociclismo não tinha — e nunca deveria ter — dono ou gênero.

Muito Antes do Que Se Imagina, Elas Já Estavam Lá

Décadas antes do movimento feminista ganhar força mundial, as MotorMaids já existiam, já rodavam, já uniam força e identidade.
Vestiam colete com orgulho, manejavam motos pesadas, participavam de eventos oficiais e abriram caminho para gerações futuras.

Quando alguém hoje vê uma mulher acelerando forte, pilotando sua big trail ou sua custom turbinada, talvez não saiba — mas há uma linha direta que liga esse momento ao que Linda Dugeau e suas companheiras fizeram em 1940.

Foram elas que abriram a porta.
E não foi devagar.
Foi no acelerador.

Um Legado que Continua Acelerando

O mais impressionante é que o MotorMaids permanece ativo até hoje, mantendo viva a tradição de união, disciplina, estilo e respeito.
Um motoclube feminino com mais de 80 anos de história, atravessando gerações e provando que movimentos poderosos nunca morrem — evoluem.

Esse legado não é só sobre motos, nem só sobre mulheres.
É sobre coragem.
Sobre identidade.
Sobre liberdade conquistada no asfalto.

E sobre o fato inegável:
as mulheres sempre fizeram parte da estrada — e continuarão fazendo.

 Respeito eterno às mulheres que aceleraram a história.